O governo brasileiro estuda uma estratégia robusta para tentar derrubar a tarifa de 40% aplicada pelos Estados Unidos sobre manufaturados nacionais, um bloqueio que há anos prejudica a competitividade da indústria brasileira no mercado norte-americano. Apesar de setores do agronegócio já terem obtido isenções, o setor industrial segue fortemente impactado, acumulando perda de espaço e risco direto a milhares de empregos.
A avaliação interna é de que apenas um pacote de contrapartidas significativo será capaz de reabrir as portas da negociação com o governo de Donald Trump. E o Brasil possui ativos estratégicos de grande relevância. Entre eles, o mais sensível aos interesses norte-americanos é o conjunto de reservas de terras raras, minerais vitais para a produção de baterias, equipamentos de alta tecnologia e sistemas de defesa. O Brasil está entre os países com maior potencial de exploração desses elementos, o que cria margem para um acordo economicamente vantajoso para ambos os lados.
Além da pauta mineral, o Palácio do Planalto considera incluir temas ligados à economia digital, especialmente questões regulatórias envolvendo Data Centers, infraestrutura tecnológica e atuação de grandes empresas globais do setor. A expectativa é de que uma mesa de negociações mais ampla ofereça aos Estados Unidos garantias estratégicas que justifiquem a retirada das sobretaxas.
A articulação está sendo conduzida pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com orientação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar qualquer escalada diplomática e focar exclusivamente no pragmatismo econômico.
Há a possibilidade de Lula viajar a Washington no próximo ano para uma reunião oficial com Trump na Casa Branca. A visita poderá selar os acordos, desde que o Brasil apresente um pacote convincente e compatível com os interesses norte-americanos.





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