O embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, apresentou um balanço amplamente favorável sobre o avanço das adesões ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A iniciativa, lançada oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o primeiro dia da COP30, em Belém, já acumula um aporte inicial de US$ 5,5 bilhões, demonstrando forte engajamento internacional no enfrentamento às mudanças climáticas e na preservação de áreas florestais sensíveis.

Segundo Lyrio, somente no primeiro dia de discussões formais, o TFFF recebeu apoio declarado de 53 países, número que subiu para 55 já no segundo dia, revelando rápida adesão global. Entre os anúncios, a Noruega confirmou o investimento de US$ 3 bilhões para os próximos dez anos; a Indonésia, US$ 1 bilhão; a França, perspectiva de até US$ 577 milhões até 2030; e Portugal contribuiu com US$ 1 milhão. O Brasil declarou aporte de US$ 1 bilhão, reforçando seu papel de liderança climática.

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, confirmou um investimento considerado “muito significativo”, embora ainda sem valor divulgado. Ele ressaltou que o anúncio final depende de ajustes internos junto ao Ministério da Fazenda alemão. O Brasil considera a declaração um avanço crucial para robustecer ainda mais a iniciativa.

O TFFF foi criado para unir esforços públicos e privados, destinando recursos a países detentores de florestas tropicais que atuem na preservação dessas áreas. Ao todo, 34 países respaldaram a Declaração do TFFF, representando aproximadamente 90% das florestas tropicais de nações em desenvolvimento.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a meta brasileira é captar US$ 10 bilhões até o fim de 2026, ainda durante a presidência do Brasil na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O embaixador Lyrio destacou que o desempenho inicial supera expectativas e cria uma base sólida para expansão futura.

O cenário se desenvolve às vésperas do início das negociações formais da COP30. Segundo Lyrio, o Brasil chega ao encontro com credenciais reconhecidas por seus avanços na transição energética e por progressos na preservação ambiental, fundamentais para fortalecer as discussões das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). O Brasil já assumiu o compromisso de reduzir suas emissões entre 59% e 67% até 2035.