Durante seu discurso de abertura na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância dos territórios indígenas para a preservação ambiental e afirmou que o percentual de áreas demarcadas no Brasil, atualmente superior a 13% do território nacional, pode não ser suficiente.
“Talvez ainda seja pouco”, disse Lula, ao defender a ampliação das demarcações como medida essencial para o equilíbrio climático e para a justiça ambiental. Ele ressaltou que o reconhecimento dos direitos dos povos originários é também uma forma de combate às desigualdades históricas entre o Norte e o Sul Global.
“O papel dos territórios indígenas e das comunidades tradicionais é fundamental nos esforços de mitigação. Uma transição justa precisa contribuir para reduzir as assimetrias forjadas por séculos de emissões. A emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável”, afirmou o presidente, em referência às responsabilidades distintas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O discurso de Lula marca a tentativa do Brasil de posicionar-se como protagonista nas discussões sobre sustentabilidade e preservação ambiental, reforçando o compromisso com a agenda climática internacional. O governo busca consolidar a COP30, que será realizada em Belém (PA), como a “COP da implementação” ou a “COP da verdade”, embora a definição oficial ainda dependa das negociações multilaterais.
Atualmente, o Brasil possui mais de 700 terras indígenas reconhecidas, que somam aproximadamente 117 milhões de hectares, distribuídas em diversas regiões do país. Essas áreas são consideradas estratégicas para o controle do desmatamento e a preservação da biodiversidade.





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