O governo do Hamas na Faixa de Gaza declarou, neste domingo (30), que Israel teria descumprido o cessar-fogo firmado em outubro centenas de vezes. Segundo o Ministério do Interior controlado pelo grupo, foram registradas 591 violações desde 10 de outubro, resultando na morte de 357 palestinos e deixando outros 903 feridos. O órgão também afirma que 38 pessoas foram detidas por forças israelenses até a noite de 29 de novembro.
Entre as ocorrências apontadas pelo Hamas estão disparos contra civis e áreas residenciais, incursões de veículos militares além da linha amarela — limite estabelecido desde o início da trégua —, bombardeios por terra e ar, além da demolição de casas e estruturas civis. Para o grupo, essas ações representam punição coletiva e violam acordos internacionais, incluindo as Convenções de Genebra.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza também divulgou um alerta sobre o colapso no abastecimento de medicamentos, mesmo durante a trégua. A falta de insumos oftalmológicos especializados, segundo o órgão, ameaça cerca de 4 mil pacientes com glaucoma, que correm risco de perder a visão devido à ausência de tratamento adequado.
Do lado israelense, autoridades acusam o Hamas de romper o acordo ao permitir que milícias avancem além da linha amarela, área onde Israel recuou suas tropas no início do cessar-fogo, mantendo o restante do território sob controle militar. Israel também afirma que o grupo atrasa a entrega dos corpos de reféns que permanecem no enclave. Dois corpos seguem retidos: o de um soldado israelense e o de um trabalhador tailandês.
O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, declarou à emissora Al Jazeera que as milícias procuram os corpos dos reféns, reforçando que o grupo estaria cumprindo o acordo. Qassem responsabilizou Israel pelo atraso na “segunda fase” da trégua e pediu aos mediadores internacionais que pressionem Tel Aviv a reabrir a passagem de Rafah e seguir com os próximos passos previstos no entendimento.





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