O governo do Hamas na Faixa de Gaza afirmou neste domingo (23) que Israel violou 497 vezes o cessar-fogo promovido pelos Estados Unidos e vigente desde 10 de outubro. Segundo o levantamento, apenas neste sábado (22) ocorreram 27 descumprimentos, resultando em uma nova série de bombardeios que atingiram diversas áreas do enclave e deixaram 24 mortos e 87 feridos.
Em comunicado, o escritório político do Hamas condenou o que chamou de “violações sistemáticas e graves” por parte de Israel, denunciando ataques contínuos contra civis, residências, bairros residenciais, tendas de deslocados e áreas sob controle civil. Segundo o Ministério da Saúde do enclave, 342 pessoas morreram desde o início da trégua — a maioria crianças, mulheres e idosos — e outras 875 ficaram feridas, além de serem registradas 35 detenções classificadas como arbitrárias.
O relatório detalha 142 tiroteios contra civis, 21 incursões terrestres cruzando a chamada linha amarela — limite imaginário até onde as tropas israelenses deveriam ter recuado com o cessar-fogo —, 228 bombardeios de diferentes tipos e 100 demolições de casas e estruturas civis. Mais de 50% da Faixa de Gaza permanece militarmente controlada por Israel, entre a linha amarela e as fronteiras com Israel e Egito.
O Hamas acusou Israel de usar “pretextos falsos” para violar a trégua e pediu intervenção urgente dos mediadores Estados Unidos, Catar e Egito, afirmando que a continuidade dos ataques pode comprometer qualquer tentativa de estabilização. Israel, por sua vez, afirmou que os bombardeios recentes ocorreram após um suposto combatente do Hamas cruzar a linha amarela e atacar soldados israelenses, levando à eliminação de “cinco combatentes de alto escalão”.
Desde o início da ofensiva israelense — considerada genocídio por especialistas e por uma comissão da ONU — o número de mortos já chega a 69.733, incluindo mais de 20 mil crianças, e 170.863 feridos, segundo autoridades de Gaza.




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