A Guarda Civil Municipal de Guarulhos realizou, ao longo da última semana, duas ações decisivas no combate aos crimes ambientais na cidade, resultando no resgate de 58 aves silvestres mantidas ilegalmente em cativeiro. As operações, conduzidas por equipes da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) e da Inspetoria Ambiental, desarticularam dois pontos clandestinos de aprisionamento de animais, revelando condições precárias, práticas abusivas e indícios de captura criminosa.

A primeira intervenção ocorreu na segunda-feira (17), quando as equipes realizavam patrulhamento preventivo na região do Taboão e identificaram movimentações suspeitas em duas residências. Ao averiguar os imóveis, os agentes encontraram 51 aves silvestres, muitas delas feridas e mantidas em dezenas de gaiolas amontoadas e sem qualquer condição sanitária adequada. Entre as espécies identificadas estavam coleirinha, tico-tico, papa-capim, tiziu, picharro, azulão, canário-da-terra e galo-de-campina — todas protegidas pela legislação ambiental brasileira.

Diante da flagrante situação de maus-tratos e ausência de registro legal, uma pessoa foi detida e conduzida à delegacia, já que não possuía autorização do Ibama para manter animais silvestres em cativeiro. As aves foram imediatamente encaminhadas ao Centro de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres de São Paulo (Cetras-SP), onde recebem atendimento médico-veterinário especializado.

A segunda ação teve continuidade na quinta-feira (20), quando a Inspetoria Ambiental localizou mais um cativeiro irregular, desta vez no bairro São João. No local, os agentes resgataram sete pássaros da espécie coleirinha, presos em gaiolas fixadas ao muro da residência, ao lado de um alçapão utilizado para capturas criminosas. Assim como na primeira operação, os animais não possuíam anilhas ou qualquer registro junto aos órgãos competentes.

Todas as aves foram encaminhadas ao Cetras-SP para cuidados e posterior reabilitação. As ações reforçam o compromisso da GCM de Guarulhos com a preservação da fauna silvestre e o combate contínuo a práticas ilegais que colocam em risco espécies nativas e o equilíbrio ambiental local.