O governo da Alemanha confirmou, nesta sexta-feira (7), que irá participar do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), criado sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, o anúncio frustrou parte das expectativas do governo brasileiro, já que Berlim não definiu o montante de sua contribuição, o que adia a consolidação de um dos principais pilares de financiamento do projeto.

O primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, afirmou que o investimento é certo, mas condicionou a definição do valor a um consenso interno da coalizão governista, sem previsão para ocorrer. Segundo ele, o atraso se deve a trâmites orçamentários e à necessidade de revisar a estrutura de gestão do fundo. “O motivo pelo qual ainda não mencionamos valores específicos é prático. Precisamos contabilizar isso no orçamento e revisar a estrutura antes de formalizar nossa participação”, declarou Merz.

Nos bastidores, representantes do governo alemão sinalizaram que a contribuição pode ser significativa, mas não imediata. A decisão ocorre dias após o Reino Unido anunciar que não participará do fundo, alegando restrições orçamentárias, o que representa a segunda baixa entre países europeus que vinham sendo sondados e engajados na concepção do TFFF.

Criado para financiar ações de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável em regiões tropicais, o TFFF já conta com compromissos de US$ 5,5 bilhões, valor ainda distante da meta inicial de US$ 25 bilhões em aportes soberanos. Entre os países que já anunciaram contribuições estão Noruega (US$ 3 bilhões, com condicionantes), Brasil (US$ 1 bilhão), Indonésia (US$ 1 bilhão), França (€ 500 milhões, também com condicionantes) e Portugal (€ 1 milhão).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou antes da cúpula que, se o fundo alcançar US$ 10 bilhões até 2026, o resultado já será considerado positivo.