Em comemoração ao Dia Mundial da Bengala Branca, celebrado nesta quarta-feira (15), a Subsecretaria de Acessibilidade e Inclusão de Guarulhos promoveu uma roda de conversa com pessoas com deficiência visual do projeto Práticas Educativas para a Inclusão Social (Peis). O encontro ocorreu na sede da subsecretaria, no bairro Macedo, e abordou a importância da bengala longa como instrumento de independência e símbolo de inclusão social.

Durante a atividade, conduzida pela pedagoga e especialista em deficiência visual Vanessa Lanzarotto, foram discutidos temas como o significado das cores das bengalas e o processo de adaptação das pessoas com deficiência visual ao seu uso. A especialista destacou que a bengala branca é utilizada por pessoas cegas, a verde é destinada a pessoas com baixa visão e a vermelha e branca é usada por quem possui surdocegueira — condição que afeta tanto a audição quanto a visão.

A subsecretária Mayara Maia ressaltou que a bengala é mais do que um instrumento de locomoção. “Ela simboliza independência, coragem e inclusão. Cada pessoa que aprende a utilizá-la conquista não apenas o direito de ir e vir, mas também o poder de ocupar espaços com autonomia e confiança”, afirmou.

Entre os participantes, histórias de superação inspiraram os presentes. Zilma Dias de Oliveira da Silva, de 62 anos, moradora da Vila Rio de Janeiro e com visão monocular, contou que resistiu inicialmente a usar a bengala, mas, após o treinamento no Peis, passou a considerá-la essencial. “Hoje é meu equipamento de proteção individual. Não saio de casa sem ela, porque me sinto segura e respeitada”, contou.

O aposentado Silvio Luiz Molina, de 65 anos, que ficou cego aos 42 após um acidente, também compartilhou sua experiência. “A bengala é o meu guia. Ela me protege dos carros e me ajuda a identificar obstáculos”, disse. Já Jéssica Natane Macedo Araújo, de 33 anos, perdeu a visão por causa da diabete e relatou que o medo de sair sozinha deu lugar à confiança após o aprendizado com o Peis. “Hoje ando pelas ruas com tranquilidade. A bengala me garante o direito de ir e vir.”

Coordenado pela Subsecretaria de Acessibilidade e Inclusão, vinculada à Secretaria de Direitos Humanos, o projeto Peis promove a autonomia por meio de aulas de Braille, orientação de mobilidade, uso do soroban e outras atividades que incentivam a independência das pessoas com deficiência visual.