A Prefeitura de São Bernardo do Campo, no Grande ABC Paulista, confirmou nesta segunda-feira (6) a morte da jovem Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, que estava internada após ingerir uma bebida adulterada com metanol. A ingestão ocorreu no domingo (28), quando Bruna consumiu um drinque à base de vodca com suco de pêssego em um bar da cidade.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a paciente foi submetida a protocolos médicos rigorosos e à assistência hospitalar completa, mas, diante da gravidade da intoxicação, foi adotado um protocolo de cuidados paliativos em conjunto com a família. A administração municipal afirmou que Bruna recebeu a “melhor assistência possível” e manifestou solidariedade aos familiares e amigos.

O caso de Bruna é o terceiro óbito confirmado por ingestão de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo, embora não constasse nos boletins divulgados pelo governo estadual no início da noite de segunda-feira. No estado, até o momento, há 15 casos confirmados de intoxicação por metanol, com 164 casos em investigação e seis mortes suspeitas.

Bruna foi internada no Hospital de Clínicas de São Bernardo desde a manhã do dia 29 de setembro, após ter sido transferida já entubada de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Na sexta-feira (3), o hospital iniciou o protocolo de morte cerebral, que inclui exames clínicos para verificar a ausência de percepção e funcionamento do tronco encefálico, teste de ausência de movimentos respiratórios após estímulo máximo e exame complementar para confirmar a inatividade encefálica.

O metanol é uma substância altamente tóxica e inflamável, cuja ingestão pode provocar sintomas graves como náuseas, vômitos, tontura, convulsões, cegueira e morte. Bruna chegou a receber o antídoto para metanol e passou por sessões de hemodiálise, mas não resistiu. Seu namorado, que também havia ingerido a bebida, foi internado em outra unidade de saúde.

Segundo relatos, a jovem participou de um show de pagode e só apresentou os primeiros sintomas no dia seguinte, com náuseas, vômitos e visão turva. A polícia investiga a distribuidora que teria fornecido a bebida adulterada, e o proprietário negou ser o único fornecedor. Até o momento, a Vigilância Epidemiológica de São Bernardo recebeu 78 notificações de suspeita de contaminação por metanol.