O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (20) uma importante mudança no núcleo político de seu governo: a saída de Márcio Macêdo do comando da Secretaria-Geral da Presidência da República e a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o cargo de ministro-chefe da pasta. A nomeação será oficializada nesta terça-feira (21) no Diário Oficial da União.
A decisão foi tomada durante reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social). A mudança representa uma reconfiguração no diálogo do governo com os movimentos sociais, área tradicionalmente vinculada à Secretaria-Geral.
Com a chegada de Boulos, Lula reforça o perfil progressista e social de sua administração, buscando estreitar laços com bases históricas da esquerda. Aos 42 anos, Boulos é uma das figuras mais expressivas do campo popular e da militância urbana, com trajetória marcada pela liderança no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pela atuação em defesa da reforma urbana e do direito à moradia.
Formado em Filosofia e com mestrado em Psiquiatria, Boulos é professor, psicanalista e um dos nomes mais influentes do PSOL. Disputou cargos majoritários em 2018, 2020 e 2024 — incluindo a Presidência da República e a Prefeitura de São Paulo — consolidando-se como uma força eleitoral crescente. Em 2022, obteve 1 milhão de votos ao ser eleito deputado federal mais votado de São Paulo, um feito que ampliou sua projeção nacional.
Com o novo cargo, Boulos deverá se licenciar do mandato parlamentar. A nomeação também sinaliza um movimento político estratégico de Lula, que busca fortalecer alianças dentro da esquerda e ampliar o diálogo com lideranças populares em um momento de desafios econômicos e sociais.



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