O Governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (24) um plano de contingência para evitar uma nova crise hídrica na Grande São Paulo. O volume de água armazenado nas represas está em 28,7% da capacidade total, o menor nível desde 2014 e 2015. Este é o terceiro ano consecutivo com chuvas abaixo da média na região.

O plano estabelece sete faixas de restrição, com ações que vão desde campanhas de conscientização até rodízios de abastecimento em casos críticos. Atualmente, o sistema opera na faixa 3, o que implica redução da pressão noturna por 10 horas. As mudanças de faixa ocorrem após sete dias consecutivos em um mesmo índice, e o retorno a uma situação menos restritiva exige 14 dias.

As faixas de controle foram definidas de forma gradual:

  • Faixa 1 (abaixo de 43,8%): revisão de transposições e campanhas educativas;

  • Faixa 2 (abaixo de 37,8%): redução de pressão por 8 horas;

  • Faixa 3 (abaixo de 31,8%): redução por 10 horas (atual);

  • Faixa 4 (abaixo de 25,8%): redução por 12 horas;

  • Faixa 5 (abaixo de 19,8%): redução por 14 horas;

  • Faixa 6 (abaixo de 9,8%): uso do volume morto e atendimento emergencial;

  • Faixa 7 (nível zero): rodízio de abastecimento.

Mesmo em cenários críticos, o fornecimento de água será garantido para serviços essenciais e famílias em vulnerabilidade, incluindo hospitais, escolas, abrigos e Corpo de Bombeiros.

Além disso, o governo anunciou obras estruturais para ampliar a oferta hídrica:

  • Interligação Itapanhaú-Biritiba (+2.000 litros/segundo, conclusão em 2025);

  • Ampliação da ETA Rio Grande (+500 litros/segundo, 2026);

  • Ampliação da ETA Cotia (+1.000 litros/segundo, 2026);

  • Interligação Billings-Taiaçupeba (+4.000 litros/segundo, 2027).

Segundo Thiago Nunes, presidente da Arsesp, o foco está no monitoramento de longo prazo para evitar colapsos futuros. As ações já resultaram em uma economia de 25 bilhões de litros, o equivalente ao abastecimento de dois meses de cidades como Santo André, Mauá, Diadema e São Bernardo.

A preocupação se estende também ao impacto energético, já que o baixo nível dos reservatórios atinge hidrelétricas do Rio Grande, responsáveis por 25% da energia do Sudeste-Centro-Oeste. O Operador Nacional do Sistema (ONS) segue em alerta.