O ex-governador do Ceará Ciro Gomes anunciou nesta sexta-feira (17) sua saída do Partido Democrático Trabalhista (PDT), legenda à qual estava filiado desde 2015. A decisão foi formalizada em uma carta enviada ao presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, encerrando um ciclo de quase uma década de atuação política no partido. A definição sobre seu novo destino político deve ser anunciada na próxima semana, e as conversas de bastidores indicam que PSDB e União Brasil estão entre as alternativas mais prováveis.
Em julho, Ciro se reuniu com a cúpula tucana e chegou a afirmar que seu retorno ao PSDB “já estava decidido”. O ex-governador iniciou sua carreira política no partido, pelo qual foi eleito prefeito de Fortaleza em 1989. Nos últimos meses, também se aproximou do União Brasil — inclusive compareceu ao evento que oficializou a federação entre a legenda e o PP, ocasião em que fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao cenário político polarizado.
“Minha presença aqui é um ato de cortesia, algo comum antes de o País ser tomado pelo lulopetismo e pelo bolsonarismo”, disse Ciro no evento. Ele tem defendido publicamente a construção de uma aliança entre partidos que vão da centro-esquerda à centro-direita, como forma de oferecer uma alternativa ao atual governo federal. “Precisamos unir essas forças para tirar o Brasil deste desastre”, afirmou.
Ciro Gomes disputou quatro eleições presidenciais — a última em 2022, quando tentou se posicionar como uma terceira via entre Lula e Jair Bolsonaro, mas terminou em quarto lugar, com 3% dos votos válidos, atrás de Simone Tebet (MDB). Apesar das movimentações recentes, o ex-ministro já declarou que não pretende mais concorrer à Presidência.
“Não quero mais ser candidato, não. Não quero mais importunar os eleitores”, afirmou em setembro, em entrevista à Rádio Itatiaia. Ainda assim, ele é cotado para disputar o governo do Ceará, estado que administrou entre 1991 e 1994, e onde mantém forte influência política.
A saída de Ciro do PDT ocorre em um momento de reorganização interna da legenda, que enfrenta disputas regionais e perda de espaço no cenário nacional. Sua movimentação reacende o debate sobre a necessidade de novas lideranças capazes de construir pontes políticas e retomar o diálogo entre os diferentes campos ideológicos do país.
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