O governo federal se prepara para um momento de grande simbolismo político nesta quarta-feira (29), quando Guilherme Boulos (PSOL) tomará posse como ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. A cerimônia, marcada para as 16h no Palácio do Planalto, em Brasília, deve reunir aliados políticos, ministros, representantes de movimentos sociais e integrantes do PSOL, em um evento que busca marcar a reaproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com sua base histórica.
A presença de militantes e lideranças de movimentos populares foi cuidadosamente articulada pelo Planalto. Segundo fontes do governo, Lula pretende usar a posse de Boulos como um gesto político de conciliação e renovação de laços com os setores da esquerda social, especialmente aqueles que vinham expressando críticas ao atual governo por um suposto distanciamento de pautas populares.
O nome de Guilherme Boulos, deputado federal por São Paulo e liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), carrega peso simbólico. Ele é visto como uma ponte entre o governo e os movimentos sociais, além de representar uma nova geração de lideranças progressistas que orbitam em torno do projeto político do PT.
Além da dimensão política, a nomeação também tem objetivos estratégicos. Lula busca fortalecer a articulação com o Congresso Nacional e garantir apoio a projetos considerados prioritários, como a PEC que propõe o fim da escala 6×1, de autoria da deputada Érica Hilton (PSOL-SP), e a nova proposta de regulamentação do trabalho por aplicativos, tema que gerou intensos debates em 2024.
A posse de Boulos ocorre num momento em que o governo tenta recompor sua base parlamentar, após a saída de partidos como Progressistas e União Brasil, e em meio às movimentações políticas que já projetam o cenário para as eleições de 2026. O presidente Lula, que confirmou a intenção de disputar um novo mandato, aposta na presença de Boulos como um reforço político e simbólico, capaz de unir novamente setores da esquerda em torno de sua liderança.




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