A crescente proliferação de algas e macrófitas no Rio Tietê, intensificada pelo aumento das temperaturas médias em São Paulo desde o ano passado, levou o Governo do Estado a apresentar, nesta terça-feira (25), um plano de ações para enfrentar o problema. A iniciativa, conduzida pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, inclui medidas de curto, médio e longo prazo para conter a poluição e preservar a qualidade da água do rio.

Uma das principais ações anunciadas é a criação de um Grupo de Fiscalização Integrada (GFI), que atuará nas Bacias Hidrográficas do Tietê, monitorando a extensão do rio e focando nos pontos mais críticos onde ocorrem despejos irregulares de resíduos e esgoto. A proposta foi detalhada durante o Fórum de Integração das Ações de Recuperação do Rio Tietê (FIAR-Tietê), responsável pela governança do Programa IntegraTietê.

A secretária estadual de Meio Ambiente, Natália Resende, destacou que a recuperação do rio exige um esforço conjunto e integrado. "O reforço na fiscalização por meio do GFI se soma ao trabalho já em andamento para ampliar a cobertura dos serviços de coleta e tratamento de esgoto. Esse esforço passa tanto pelas exigências contratuais da Sabesp quanto pelo programa UniversalizaSP, que busca a universalização do saneamento em municípios não atendidos pela Sabesp", explicou.

Além do combate ao despejo irregular, o plano também inclui ações para liberar o canal de navegação da barragem de Barra Bonita, onde foi registrada uma grande proliferação de plantas aquáticas, cobrindo cerca de 20 hectares. Para solucionar esse problema, a operadora da barragem se comprometeu a intensificar o manejo das macrófitas, garantindo o vertimento gradual dessas plantas.

A operação contará com o apoio do Departamento Hidroviário da Secretaria de Meio Ambiente e será monitorada pela Cetesb, que realizará medições diárias dos níveis de oxigênio a montante e jusante da Usina. Além disso, a empresa responsável pela barragem seguirá com o monitoramento trimestral da taxa de ocupação do reservatório.

A Cetesb também anunciou a instalação imediata de uma sonda para monitoramento da qualidade da água abaixo da barragem. Essa medida faz parte de um investimento de R$ 8,6 milhões, que inclui a implementação de seis novas estações de monitoramento ao longo do Rio Tietê, reforçando o controle da qualidade da água e contribuindo para a recuperação do rio.