O Censo Demográfico de 2022 revelou que Arujá possui apenas 1,5% de sua população residindo em favelas ou comunidades urbanas, um índice significativamente inferior à média nacional, que é de 8,1%. Segundo os dados do IBGE, quatro comunidades foram identificadas na cidade: Antiga Tecnon, Invasão Área Verde – Área 4, Shimio e Núcleo Vicente Matheus, onde vivem 1.368 pessoas em 460 residências.
As favelas de Arujá são distribuídas da seguinte forma: Antiga Tecnon, com 165 residências; Invasão Área Verde – Área 4, com 164 residências; Shimio, com 68 residências; e Núcleo Vicente Matheus, com 63 residências. Esses números compõem um cenário bastante distinto da realidade nacional, que contabiliza mais de 12 mil comunidades urbanas, abrigando cerca de 16,4 milhões de brasileiros.
Os dados foram apresentados em um evento realizado pelo IBGE na Areninha Cultural Herbert Vianna, na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, e estão disponíveis em plataformas como Sidra, Panorama do Censo e na Plataforma Geográfica Interativa. Este levantamento foi o primeiro a usar imagens de satélite e dados georreferenciados fornecidos pela Aneel, o que permitiu uma cobertura mais precisa dos domicílios, especialmente em áreas sem limites definidos.
Participação Comunitária e Novas Tecnologias
O IBGE realiza o levantamento sobre favelas e comunidades urbanas desde 1950 e vem aprimorando suas metodologias ao longo dos anos. Em 2010, pela primeira vez, foi divulgada a população de cada comunidade, enquanto em 2022, o instituto incorporou recursos como imagens de satélite para mapear com mais precisão essas áreas dinâmicas e, em grande parte, irregulares.
Cayo Franco, coordenador de Geografia do IBGE, destacou a importância do trabalho. “Nos anos anteriores ao Censo 2022, intensificamos o diálogo com organizações das favelas, que não só participaram da operação censitária, mas também contribuíram para redefinir a terminologia usada pelo IBGE, substituindo ‘Aglomerados Subnormais’ por ‘Favelas e Comunidades Urbanas’”, explicou Franco.
Iniciativa “Favela no Mapa”
Na fase final da coleta de dados do Censo 2022, o IBGE promoveu a campanha “Favela no Mapa” em parceria com o Instituto Data Favela e a Cufa (Central Única das Favelas). Essa iniciativa teve o objetivo de garantir que todos os moradores de favelas e comunidades urbanas fossem recenseados, incluindo aqueles que ainda não haviam participado. A campanha nacional foi essencial para assegurar que esses territórios fossem devidamente representados no levantamento, oferecendo um panorama mais completo da realidade urbana brasileira.
O trabalho realizado pelo IBGE ressalta a importância de dados precisos para subsidiar políticas públicas voltadas a áreas de vulnerabilidade social, garantindo que comunidades como as de Arujá sejam incluídas no planejamento urbano e na alocação de recursos destinados a melhorias.
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