A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) – corpo artístico da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança – se prepara para voltar a uma cidade que já conhece bem. Nos dias 18
e 19 de outubro, a Companhia chega em Guarulhos, pela 12ª vez, e se apresenta às 20h, no Sesc Guarulhos. A SPCD estreia a mais nova obra de Alex Soares, batizada como
dos SANTOS. A noite conta ainda com Yoin, de Jomar Mesquita e
Autorretrato, de Leilane Teles, que também entraram para o repertório da SPCD este ano.
dos SANTOS, primeira obra de Alex Soares para a São Paulo Companhia de Dança, é inspirada em uma cantiga do Brasil Colonial chamada "Matais de Incêndio”, um raro villancico brasileiro - uma canção simples e alegre associada a festividades religiosas
- cujo autor é desconhecido, datado por volta de 1700. Cantada em português, foi categorizada como um canto "desonesto", "profano" ou "indecente" pela legislação eclesiástica da primeira metade do século 18. A obra faz referência a um dos sobrenomes de origem
religiosa mais populares no Brasil. Na era das colônias, “dos Santos” era um nome dado aos filhos bastardos, aos não primogênitos, as mulheres e para muitas pessoas escravizadas. A partir dessas referências e consequências,
dos SANTOS move, cruza, questiona identidades e aquilo que inicialmente nos foi dado como força de fé, e que ao longo do tempo ajudou a lapidar a nossa rica, iluminada e diversa cultura.
Já Yoin, 2ª obra de Jomar Mesquita para a SPCD, faz menção à sensação que fica após cessado o estímulo. A trilha sonora metaforiza esse universo, com versões de músicas cujas interpretações originais marcaram o cenário musical brasileiro e o que
elas se tornaram após transformadas por novos olhares. O figurino utiliza o upcycling em uma analogia com as novas e melhores versões que podemos criar de nós mesmos a partir dos resíduos das experiências vividas, que guardamos nas nossas cristaleiras
interiores. A iluminação simboliza a fogueira de forma contemporânea, em volta da qual os saberes e ancestralidades são transmitidos para nos transformar.
Yoin também diz da própria dança que, com sua efemeridade, deixa suas marcas e sensações, após fechadas as cortinas... para o público embalar nos seus relicários.
Autorretrato é a 2ª criação da coreógrafa e bailarina brasileira Leilane Teles para a SPCD. Uma obra que propõe uma reflexão profunda sobre a identidade brasileira, sobre nossa ancestralidade e as múltiplas influências que nos constituem, tecida
a partir das imagens vibrantes do vasto acervo de Cândido Portinari, considerado um dos maiores pintores do Brasil. Dentro desse universo, que contém mais de 5 mil peças, foram escolhidas 8 - gentilmente cedidas por João Candido Portinari, filho do artista
-, cujo conjunto revela a essência da proposta coreográfica. A trilha sonora foi escolhida com o intuito de dialogar profundamente com a narrativa visual e coreográfica. O figurino desempenha um papel crucial e não busca uma reprodução literal das vestimentas
indígenas, mas sim uma interpretação que evoca a essência dessa cultura. Os objetos cênicos também são carregados de simbolismo, trazendo acessórios como brincos, colares e adornos de panturrilha, inspirados nas manifestações culturais do povo Carajás, retratado
pelo pintor. A criação de "Autorretrato" foi enriquecida pela consultoria para assuntos indígenas de Cristiane Takuá e Carlos Papá, dois especialistas, cuja participação foi essencial para garantir que as representações culturais fossem tratadas com o respeito
e a autenticidade que merecem, além de adicionarem profundidade e sensibilidade únicas à coreografia.
“É parte da missão da SPCD abrir espaço para coreógrafos brasileiros, para que possam expressar sua arte em seu próprio país, trazer temáticas que nos revele ao mundo e ao nosso próprio povo. Ter uma noite com coreografias de três brasileiros é uma verdadeira
alegria e privilégio para nós e para o público”, nos conta Inês Bogéa.
Os ingressos começaram a ser vendidos a partir das 17h do dia 8 de outubro, pelo app Credencial Sesc SP, e a partir das 17h do dia 9 de outubro nas bilheterias das unidades, por R$ 60,00 (inteira); R$ 35,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60
anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 18,00 credencial plena (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Este projeto é realizado pelo Ministério da Cultura e o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e São Paulo Companhia de Dança via Lei de Incentivo à Cultura Lei Rouanet, Ministério da Cultura e Governo
Federal União e Reconstrução. Patrocínio Itaú e Grupo Comolatti.
Serviço:
SPCD no Sesc Guarulhos
Data: 18 e 19/10 (sexta e sábado)
Horário: 20h
Local: Sesc Guarulhos (R. Guilherme Lino dos Santos, 1200 - Jardim Flor do Campo, Guarulhos - SP, 07190-010)
Data: 18 e 19/10 (sexta e sábado)
Horário: 20h
Local: Sesc Guarulhos (R. Guilherme Lino dos Santos, 1200 - Jardim Flor do Campo, Guarulhos - SP, 07190-010)
Ingressos: R$ 60,00 (inteira); R$ 30,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 18,00 Credencial Plena (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Ingressos à venda no aplicativo Credencial Sesc SP a partir das 17h de 8 de outubro, e nas bilheterias das unidades a partir das 17h do dia 9 de outubro.
Fichas Técnicas:
Fichas Técnicas:
dos SANTOS (2024)
Coreografia: Alex Soares
Músicas:
Figurino: Cassiano Grandi
Iluminação: Wagner Freire
Yoin (2024)
Coreografia: Alex Soares
Músicas:
Figurino: Cassiano Grandi
Iluminação: Wagner Freire
Yoin (2024)
Coreografia: Jomar Mesquita
Assistente de coreografia: Rúbia Frutuoso
Músicas: Poema Saudades, de Arnaldo Antunes; Assum Preto, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (intérprete: Jorge Du Peixe); Fim de Festa, de Itamar Assumpção (intérpretes: Naná Vasconcelos e Itamar Assumpção); Carinhoso, de João de Barro e Pixinguinha (intérprete: Elza Soares); Como 2 e 2, de Caetano Veloso (intérpretes: Arnaldo Antunes e Vitor Araújo); Samba da Benção, de Baden Powell e Vinícius de Moraes (intérprete: Maria Bethânia); Avisa, de Tato (intérprete: Cida Moreira); Juízo Final, de Elcio Soares; Nelson Cavaquinho (intérprete: Arnaldo Antunes); Manhã de Carnaval, de Luís Bonfa e Antônio Maria (intérpretes: Jean Pascal Quiles, Louis Quiles e Nelly Decamp); vozes dos bailarinos do elenco.
Figurino: Agustina Comas
Iluminação: André Boll
Fotos: https://drive.google.com/ drive/folders/1AipY1P- nZ6KE3gIT50ohdoIyUaA1zp1v?usp= drive_link
Assistente de coreografia: Rúbia Frutuoso
Músicas: Poema Saudades, de Arnaldo Antunes; Assum Preto, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (intérprete: Jorge Du Peixe); Fim de Festa, de Itamar Assumpção (intérpretes: Naná Vasconcelos e Itamar Assumpção); Carinhoso, de João de Barro e Pixinguinha (intérprete: Elza Soares); Como 2 e 2, de Caetano Veloso (intérpretes: Arnaldo Antunes e Vitor Araújo); Samba da Benção, de Baden Powell e Vinícius de Moraes (intérprete: Maria Bethânia); Avisa, de Tato (intérprete: Cida Moreira); Juízo Final, de Elcio Soares; Nelson Cavaquinho (intérprete: Arnaldo Antunes); Manhã de Carnaval, de Luís Bonfa e Antônio Maria (intérpretes: Jean Pascal Quiles, Louis Quiles e Nelly Decamp); vozes dos bailarinos do elenco.
Figurino: Agustina Comas
Iluminação: André Boll
Fotos: https://drive.google.com/
Autorretrato (2024)
Coreografia: Leilane Teles
Músicas: “Grupo krahó”, de Indios Krahó, interpretada por Marlui Miranda; “Pasha Dume Pae”, de Amazon Ensemble; “Canto da liberdade”, de Akaiê Sramana, interpretada por Akaiê Sramana; Tchori Tchori feat. Uakti, de Marlui Miranda e Índios Jaboti de Rondônia, interpretada por Marlui Miranda, Rodolfo Stroeter, Uakti; “Mae Inini (The Power of the Earth)”, de Amazon Ensemble; “Tamburim”, de Josy.Anne; “Kworo Kango”, de Canto Kaiapó, interpretada por Berimbaobab Brasil.
Produção Musical: Fernando Leite
Iluminação: Gabriele Souza
Figurino: André von Schimonsky
Assistente de Figurino: Wellington Araújo
Aderecista: Satie Inafuku
Consultores para Assuntos Indígenas: Cristiane Takuá e Carlos Papá Mirim Poty
Fotos: https://drive.google.com/ drive/folders/1ortSQwB-15HPy6_ uOytdntw8tGBVMUPg?usp=sharing
Músicas: “Grupo krahó”, de Indios Krahó, interpretada por Marlui Miranda; “Pasha Dume Pae”, de Amazon Ensemble; “Canto da liberdade”, de Akaiê Sramana, interpretada por Akaiê Sramana; Tchori Tchori feat. Uakti, de Marlui Miranda e Índios Jaboti de Rondônia, interpretada por Marlui Miranda, Rodolfo Stroeter, Uakti; “Mae Inini (The Power of the Earth)”, de Amazon Ensemble; “Tamburim”, de Josy.Anne; “Kworo Kango”, de Canto Kaiapó, interpretada por Berimbaobab Brasil.
Produção Musical: Fernando Leite
Iluminação: Gabriele Souza
Figurino: André von Schimonsky
Assistente de Figurino: Wellington Araújo
Aderecista: Satie Inafuku
Consultores para Assuntos Indígenas: Cristiane Takuá e Carlos Papá Mirim Poty
Fotos: https://drive.google.com/
SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA
Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) é um corpo artístico da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, doutora em Artes, bailarina,
documentarista e escritora. A São Paulo é uma Companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas, especialmente criadas por
coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A SPCD apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada uma das mais importantes
companhias de dança da América Latina pela crítica especializada. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 1 milhão de pessoas em 22 diferentes países, passando por cerca de 180 cidades em mais de 1.250 apresentações e acumulando mais
de 50 prêmios e indicações nacionais e internacionais. Por meio do selo #SPCDdigital criado em 2020, já realizou mais de 50 espetáculos virtuais e streamings de apresentações que somam mais de 1 milhão de visualizações. Além da Difusão e Circulação de Espetáculos,
a SPCD tem mais duas vertentes de ação: as Atividades Educativas e de Sensibilização de Plateia e Registro e Memória da Dança.
DIREÇÃO ARTÍSTICA | Inês Bogéa é uma líder multifacetada na dança e na educação, com vasta experiência na gestão, criação e implementação de projetos culturais, sociais e educacionais de grande impacto. Desde 2008, atua como Diretora Artística da São
Paulo Companhia de Dança, criada pelo Governo do Estado de São Paulo, onde já dirigiu mais de 1.300 espetáculos em 19 países e recebeu 38 prêmios e indicações internacionais. É Diretora Artística e Educacional da São Paulo Escola de Dança, criada pelo Governo
do Estado de São Paulo, que se destaca pela inclusão social e formação de mais de 1.300 estudantes, sendo 50% oriundos de vulnerabilidade social. Colaboradora regular em veículos como a Revista Concerto é cocriadora da coluna 'Dança em Diálogo'. Na área acadêmica,
leciona na USP e na FURB. Foi responsável por iniciativas inovadoras, como o curso Dança para Educadores do Sesc-SP e a Mostra Internacional de Dança de SP, em parceria com o Itaú Cultural. Reconhecida com a Medalha Tarsila do Amaral, foi também nomeada pela
Critic's Choice of Dance Europe e condecorada com o título de Chavalière de L'Ordre des Arts et des Lettres pelo Ministério da Cultura Francês.
Cena de Yoin – Crédito Iari Davies | Cena de Autorretrato – Crédito Iari Davies
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