Como candidatos podem fazer uma boa pré-campanha e utilizar o marketing político para aumentar as chances de vitória em campanhas eleitorais?
Vamos começar com uma dura verdade: a maior parte das candidaturas chega ao período eleitoral já derrotada. Independentemente do cargo – vereador, prefeito, deputado e até presidente – os políticos que desistem de fazer uma boa pré-campanha precisam investir muito mais do que o normal para conseguir vencer uma campanha eleitoral e, em alguns casos, nem o marketing político bem aplicado resolve.
A Construção de uma Candidatura Mudou com a Legislação Eleitoral e o Uso da Internet.
Antigamente, as eleições brasileiras eram diferentes. Era possível “construir” uma candidatura viável dentro de algumas semanas, concentrando todo o peso da comunicação política no período eleitoral.
A mudança começou a acontecer por volta de 2008, quando a internet passou a ser utilizada para estabelecer relacionamento direto com os eleitores. Em 2010, a legislação brasileira permitiu o uso das redes sociais abertas, como Facebook, Instagram e Twitter, acelerando essa transformação. Até então, era praticamente impossível obter a resposta de um candidato a uma pergunta direta, algo que hoje é muito comum.
A presença dos políticos na rede começou a crescer, ainda que de forma tímida e muitas vezes desajeitada, devido à falta de cultura digital, gerando algumas gafes e memes. Mesmo assim, vimos uma mudança de comportamento. Antes, a internet e as redes sociais eram coisas da “molecada”, mas hoje a presença digital é essencial para aumentar as chances de vitória.
O que antes era a “segunda tela”, o celular, tornou-se a primeira em muitos cenários, praticamente obrigando políticos e profissionais a se atualizarem para lidar com essa mudança na cultura de consumo de conteúdo das pessoas. E essa mudança não está limitada a faixa etária, renda ou nível de urbanização do município do eleitor. O avanço da telefonia celular, com sua banda larga, levou a possibilidade de comunicação até mesmo aos rincões mais distantes do Brasil.
Quantas vezes estamos assistindo à televisão ao mesmo tempo que vemos algo no celular? Muitas vezes nos informamos primeiro pelo celular do que por outros meios, com o WhatsApp e as redes sociais ocupando horas do nosso dia.
Essa nova realidade está estabelecida, e quem quer vencer, seja um profissional de marketing ou político, precisa aceitar os fatos o quanto antes. Mas, o que tudo isso tem a ver com a possibilidade de vitória de uma campanha? Tudo!
Eleições São Vencidas por Candidatos que Criam Conexões Emocionais.
Eleições não são vencidas apenas por candidatos que têm as melhores propostas ou os mais preparados para os pleitos. É preciso levar em consideração a afinidade que os eleitores têm com determinado candidato.
O eleitor usa argumentos racionais para defender seu voto, mas a definição do candidato se dá, na maior parte dos casos, por questões emocionais como afinidade de crenças, defesa de valores morais, sentimento de pertencimento de classe, e entendimento de visibilidade.
No fim da corrida eleitoral, vence quem primeiro conquista o coração e depois a cabeça do eleitor. E é aí que entra a dificuldade para quem vai disputar a eleição.
A conquista do coração de alguém não começa com propostas técnicas e promessas de uma vida melhor. Antes dessa fase, é essencial construir reputação e ter credibilidade para propor qualquer coisa. Caso contrário, nada garantirá ao eleitor que o candidato realmente fará o que propõe. Daí a necessidade de uma pré-campanha muito bem planejada e bem executada, com a utilização da internet como ferramenta de comunicação.
Como um Candidato Deveria Usar a Comunicação na Pré-Campanha?
Primeiro, é preciso entender que o período da pré-campanha é muito maior do que a própria campanha, começando praticamente após o resultado da última eleição e encerrando no meio do mês de agosto do ano eleitoral, enquanto o período eleitoral dura cerca de 6 semanas.
Para que o período seja mais bem aproveitado, vale ter em mente os principais objetivos da comunicação durante uma pré-campanha:
- Aumentar o nível de reconhecimento do candidato;
- Identificar expectativas dos eleitores acerca da política;
- Estabelecer uma comunicação constante com seus públicos;
- Despertar o interesse por meio de conteúdos e criar afinidade com os eleitores;
- Criar um banco de dados consistente de apoiadores ou simpatizantes às suas ideias.
Para simplificar, toda vez que pensar em publicar alguma coisa, seja em uma rede social ou em um site, vale ler os objetivos acima e conferir se o conteúdo está de acordo. Isso vale para as mensagens no WhatsApp que deseja enviar. No fim, a maior parte dos candidatos aborrece os eleitores nesse período e acaba perdendo simpatizantes por não se atentar ao que é relevante para as pessoas.
Exemplos de Pré-Campanha e Marketing Político
Os pré-candidatos já recorrem ao trabalho de marketing político para promover suas imagens. Em uma disputa até agora polarizada, acompanhamos recentemente em São Paulo o empenho eleitoral do coach Pablo Marçal em um vídeo que desperta a atenção do público.
Em Guarulhos, alguns vídeos de pré-candidatos a vereadores e a prefeito já começaram a circular na internet, mostrando a importância da presença digital desde o início da pré-campanha.
Guarulhos enfrenta uma grande dificuldade por não ter uma TV aberta na cidade, o que faz com que os programas independentes ajudem significativamente na comunicação local com os munícipes. Por ser uma cidade muito grande, os pré-candidatos têm dificuldades em transmitir suas propostas. Este ano, a disputa já demonstra o quanto será acirrada.
A Rede Cidade Live vem apresentando, durante a sua programação, os pré-candidatos a vereador e a prefeito de Guarulhos. Esta é mais uma oportunidade para você, internauta, conhecer as propostas, analisar e fazer a melhor escolha em outubro.
Alguns pré-candidatos da cidade preferem neste primeiro momento apostar em reuniões e encontros para discutir plano de governo, estar mais próximos à população e esquecem das redes sociais.
Eleições 2024: Confira os Prazos para Ficar de Olho
O Calendário Eleitoral, estabelecido pela Resolução nº 23.738/2024, traz todas as datas-limites para eleitoras e eleitores, candidatas e candidatos, partidos políticos e, também, para a Justiça Eleitoral. Abaixo, você poderá acompanhar os últimos prazos para as eleições 2024:
De 20 de julho a 5 de agosto
Partidos e federações poderão realizar, entre 20 de julho e 5 de agosto, convenções partidárias para deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. Após a definição das candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.
16 de agosto
Fique de olho! O dia 16 de agosto marca o início da propaganda eleitoral. Até lá, qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto pode ser considerada irregular e é passível de multa.
Você pode conferir todos os prazos do Calendário Eleitoral deste ano na Resolução nº 23.738/2024 ou por meio da playlist disponível no YouTube da Justiça Eleitoral que destaca as datas mais importantes.
E você, está acompanhando os pré-candidatos da sua cidade?
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