O Rio de Janeiro amanheceu triste nesta quinta-feira, com a notícia da morte de Melquisedeque Marins Marques, o Quinho do Salgueiro, 66 anos, um dos mais premiados e vibrantes intérpretes das Escolas de Samba do Grupo Especial.

Quinho morreu no final da noite de quarta-feira (3), no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Segundo familiares, a causa da morte foi insuficiência respiratória. Desde 2022, Quinho vinha lutando contra um câncer de próstata. O velório acontecerá na quadra do Salgueiro, na Rua Silva Teles, 104, Andaraí, a partir das 15 horas.

Em nota emitida pela Escola, o presidente André Vaz, lamenta profundamente a perda deste grande sambista, apaixonado pela Academia do Samba.

Um grande amigo, um grande intérprete, marcou a história do Salgueiro e do Carnaval. Nós acompanhamos de perto a incansável luta do Quinho e sentimos muito essa perda. Ele merece todas as homenagens e fazemos questão de que o último adeus seja em nossa quadra, no lugar onde Quinho cantou, encantou e brilhou durante tantos anos.”, finalizou.

O presidente da LIESA, Jorge Perlingeiro, em nome de sua Diretoria, manifestou os sentimentos ao presidente André Vaz, extensivos aos familiares do cantor, componentes e torcedores da Escola Tijucana.

O ensaio de rua programado para a noite desta quinta-feira foi cancelado.

 

A voz de grandes conquistas

“Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro.

Desde o início, nos anos 90, quando liderou o samba "Peguei um Ita no Norte", até seu retorno triunfante em 2003 e a gloriosa vitória em 2009 com o enredo "Tambor", Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola. Seu retorno em 2018, compartilhando o microfone com Emerson Dias, foi mais do que uma volta; foi o reencontro emocionante de um filho pródigo com a casa que sempre foi sua.

Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível. Hoje, não choramos apenas a perda de um grande artista; choramos a partida de um membro querido da nossa família.

Nossos sentimentos se estendem à família de Quinho e a todos que, como nós, compartilham uma conexão profunda com o seu legado. Que sua voz ressoe eternamente nas avenidas, nos corações dos sambistas e em cada canto do Salgueiro. Descanse em paz, Quinho, pois sua música continuará a embalar nossas almas” – complementa o comunicado divulgado pelo Salgueiro nos primeiros minutos de ontem.

(Com informações e foto da Assessoria de Imprensa do Salgueiro)