A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, nesta quarta-feira (6), o projeto que prevê a privatização da Sabesp, em uma sessão marcada por tumultos que resultaram na saída dos deputados contrários à medida. Com um placar de 62 a 1, a proposta seguirá para a sanção do governador Tarcísio de Freitas.


A aprovação contou com 62 votos a favor e apenas um contrário. O projeto necessitava da maioria simples dos votos presentes para ser aprovado. Deputados da oposição deixaram a sessão após confrontos entre a Polícia Militar e manifestantes, onde houve uso de spray de pimenta dentro do plenário.


A deputada Delegada Graciela (PL) foi a única a votar contra o projeto, apesar de ser cotada para disputar a prefeitura de Franca no próximo ano.


A sessão foi marcada por tentativas de invasão do plenário por manifestantes presentes nas galerias. O presidente da Casa, André do Prado (PL), solicitou reforço de segurança devido ao tumulto. O confronto entre policiais militares e manifestantes levou à detenção de alguns dos presentes.


A oposição, formada por PT, PC do B, PSOL, PSB, PDT e Rede, não retornou ao plenário após a interrupção da sessão. "É impossível continuar esse processo no plenário hoje. Temos deputados com idade, grávida, e com problemas de saúde. Conversamos com o presidente e ele disse que vai retomar hoje", afirmou o deputado Paulo Fiorillo (PT).


O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) celebrou a aprovação do projeto nas redes sociais, descrevendo-a como um "dia histórico para São Paulo". Enfatizou os benefícios esperados para a cidade, como a universalização do saneamento e a saúde para todos.


Apesar da aprovação na Alesp, a mudança no controle acionário da Sabesp ainda enfrenta obstáculos legais. Os deputados contrários à privatização afirmaram que irão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).


O projeto foi alvo de 26 emendas dos deputados, incluindo dispositivos que buscam garantir a redução das tarifas cobradas pela Sabesp por meio de um fundo especial criado pelo estado e a estabilidade dos atuais servidores da companhia por 18 meses após a privatização.


O texto precisa do aval da Câmara da capital paulista para ser efetivado, e já é objeto de ações judiciais. Enquanto o governo estuda conversar com os 375 municípios atendidos pela Sabesp sobre a renovação do contrato de concessão até 2060, a privatização segue aguardando definições municipais.